Por que ensinar programação aos seus alunos?

5 bons motivos para professores aprenderem e ensinarem programação a seus alunos

 

Quando se fala em programação para crianças como parte da educação básica, é gerado pelo menos uns dez tipos de arrepios nos professores. E as justificativas negativas começam a surgir:

“Não sou programador”, “essa não é minha área”, “não me sinto confortável”, “já tenho muito
conteúdo para transmitir”, “não sei se meus alunos estão prontos” entre outras.

Vamos dar uma pausa nas justificativas por um momento, sem entrar nos méritos ou debater se são aceitáveis ou não. Vamos utilizar a perspectiva do copo meio cheio, ok? Gostaria de comentar aqui 5 motivos que você professor da educação básica, deve levar em consideração a necessidade do aprendizado da computação e de suas linguagens em sua vida profissional e na vida acadêmica de seus alunos.

Já aviso de antemão que você não concordará com tudo que irei expor aqui e acredito que é saudável e construtivo isso. Apenas peço que não construa barreiras prévias antes de uma boa e velha reflexão. Eis 5 bons motivos para o professor aprender e ensinar programação a seus alunos:

1. Tecnologia na educação é um caminho sem volta

Esqueça o quadro negro e o velho giz. Esqueça velhos discursos saudosistas e piegas sobre como nossas crianças estão se esquecendo da caligrafia, é o mesmo que ter saudades das palmatórias. O mundo caminha para uma vida cada vez mais digital. As escolas serão pressionadas a utilizar ferramentas digitais na educação e isso impactará de forma drástica a forma de se ensinar. Será necessário que você esteja capacitado e a vontade com essas novas tecnologias dentro da sua sala de aula.

Quando eu era adolescente fui obrigado a fazer aulas de datilografia. Naquele tempo (e não faz tanto tempo assim) datilografia não era diferencial, não se colocava no currículo que se sabia usar uma máquina de escrever, era obrigatório saber, um pré-requisito. Mas no tempo dos meus pais, datilografia era diferencial, quem sabia utilizar uma máquina de escrever tinha grandes chances de conseguir um emprego.

Hoje não é diferencial saber utilizar um computador, nem um projetor, nem mesmo utilizar a internet ou um e-mail em sala de aula. Mas me espanta saber que há uma grande dificuldade entre os educadores de utilizarem tais ferramentas, as quais já são realidade em muitas escolas há mais de uma década!

Hoje posso dizer que não há volta querido professor. Você precisará aprender a utilizar essas ferramentas, e mais: Computação e programação hoje é o diferencial na educação, mas será obrigatório e parte da formação docente em um futuro nada nada distante.

2. Protagonismo das novas gerações

As novas gerações são bem diferentes das anteriores. Isso não é novidade. Então lhe pergunto: Por que então tentamos ensinar as gerações atuais da mesma forma que as gerações anteriores?

Os alunos hoje vivem em uma inquietação, com um bicho carpinteiro que não os deixam sentados em suas cadeiras. Eles desejam questionar, expressar suas opiniões e compartilhar o que já sabem. Eles desejam ser protagonistas em sua educação, não apenas agentes passivos que recebem o conteúdo unilateralmente e os repetem como papagaios.

Nossos alunos desejam deixar algo para o mundo, sua contribuição, sua assinatura que diz: estive nesse mundo e o deixei melhor. Isso é o que podemos chamar de legado. A computação, e em específico a programação, é uma poderosa ferramenta nas mãos de nossos alunos.

Com elas poderão gerar seus próprios programas, sistemas, projetos, animações, apresentações, jogos, por meio dos quais poderão se expressar e criar produtos que auxiliarão nas demandas sociais, comerciais e culturais. Os alunos assim deixarão de ser apenas consumidores, mas criadores de tecnologia.

3. Demanda profissional

Estamos passando por uma revolução profissional. A automação está extinguindo vários
postos de trabalho e profissões deixarão de ser executadas por pessoas. Isso já está ocorrendo hoje, no campo, na indústria ou no setor de serviços. Por outro lado, novas profissões nascem, com base nas novas demandas de mercado. Tais demandas estão cada vez mais comprometidas com a tecnologia, a criatividade e a inovação.

Ensinar programação não quer dizer que todos os seus alunos serão programadores. Assim como nem todos serão matemáticos, ou historiadores simplesmente por terem estudado matemática ou história em sua educação básica. Mas estarão preparados a lidar com a linguagem por trás dos artefatos utilizados no dia-a-dia profissional.

É um erro achar que as novas gerações são nativas digitais e são natas na linguagem computacional somente por dominarem as interfaces utilitárias. Elas lidam muito bem com o que chamamos “front end”, mas assim como nós não escrevem nem leem os códigos que constroem tais artefatos (back end).

Por conta disso, se faz necessário o ensino de disciplinas ligadas a tecnologia, cada vez mais cedo. O Mercado não pode mais esperar que nossos alunos vejam essas competências apenas no ensino superior. Então para ser direto: seu aluno precisa aprender programação para estar pronto para o novo mercado de trabalho.

4. Pressão Estado, escola e pais

Com a mudança no mercado e no jeito das novas gerações de fazerem as coisas, os efeitos acontecem em cascata. Os pais estão cada vez mais preocupados com a educação de seus filhos e exigem das escolas que seus filhos estejam preparados para esse novo mercado. O estado também está seguindo essa tendência e o exemplo disso é a nova BNCC homologada em 2017. Das 10 competências gerais que devem ser desenvolvidas ao longo da educação básica, gostaria de salientar a quinta:

“Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de
forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo
as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir
conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida
pessoal e coletiva.”

Com isso as escolas e educadores deverão se adequar para alcançar tais competências e o
ensino da programação para crianças, a computação criativa e o uso de jogos digitais serão
algumas das ferramentas tecnológicas que escolas e você professor, terão à disposição
para que isso aconteça.

5. A Computação criativa e a programação como facilitadora do aprendizado de outras disciplinas

Envolver os seus alunos na criação de objetos computacionais não só os prepara para carreiras na área da ciência da computação (programadores ou engenheiros da computação), também os tornam pensadores computacionais – indivíduos que podem recorrer a conceitos computacionais, práticas e perspectivas em todos os aspetos das suas vidas, em várias disciplinas e contextos.

Conceitos do pensamento computacional como sequência, ciclos, execução em paralelo, eventos, condições, operadores e dados auxilia o aprendizado da matemática, química e física. Práticas Computacionais como trabalhar de forma iterativa e incremental, testando, corrigindo e depurando, reutilizando e refazendo, abstraindo e modulando auxilia na resolução de problemas e na estruturação e construção de trabalhos acadêmicos. E perspectivas computacionais como se expressar, ligar e questionar auxilia o aprendizado de disciplinas das áreas humanas que exigem reflexão e questionamentos.

Espero que esses motivos sejam o suficiente para leva-lo a pensar seriamente em utilizar a programação como ferramenta em suas aulas. Assim como qualquer outra ferramenta, ela demandará capacitação, estudo e preparo. Mas com certeza os resultados convergirão em uma maior conexão entre você e seus alunos, suas necessidades e realidade.

Vamos continuar essa conversa?

A Educriare oferece um serviço especializado em treinamento de professores em Computação Criativa. Você gostaria de capacitar seu corpo docente? Então conheça o CodeGo.

José Fernandes
Especialização do autor

José Fernandes

Experienced Game Designer with a demonstrated history of working in the education management industry. Skilled in Game Design, Art Education, Logo Design, Advertising, and Casual Games. Strong information technology professional with a MBA focused in Design de Games e Mídia Digital from Universidade Positivo.

Saiba Mais

Qual é o limite da resiliência?

Por que gestores precisam seguir em frente nos momentos ruins?

 

Resiliência! Palavra bonita, né? Ela tá na moda e faz parte dos jargões de sucesso. Mas…

És tu uma pessoa resiliente? 

Tão bonito quanto o emprego do menino dedicado, aquele que acorda as 4 da manhã e passa 3h na condução para chegar ao trabalho, e depois sem se alimentar propriamente vai para faculdade a noite e  lida com a vida como ela é.

Começo a crer que nos apropriamos de elogios para compensar a falta de humanidade em que nos encontramos. Não é bonito não ter um presente para poder ter um futuro. Pois, às vezes, esse futuro não vem. Tampouco é bonito o sofrimento que passa o profissional resiliente.

Resiliência é suportar a dor, a traição, o sucesso desproposital de alguém incapacitado e ao mesmo tempo continuar produzindo os resultados de sucesso. Resiliência é o prêmio de consolação para quem não desiste da luta. 

Mas qual luta vale a pena?

Cadê o Globo Repórter falando dos louros do sucesso das pessoas que foram resilientes? Pouco se vê sobre isso, publicidade de pessoas na labuta tem aos montes, mas poucos passam para o momento da coroação.

Fico tentando a imaginar se isso é o acaso da sorte ou o espírito do tempo, o tal do Zeitgeist. Ao mesmo tempo em que temos o acesso a todo o tipo de conteúdo profundo e literário, nossos dias são consumidos por memes ou Mcs. 

Ora, ora! Não podemos nos dar o luxo de ignorar as coisas como elas são. O seu trabalho duro é o sucesso de outro muitas vezes, e não, necessariamente, seja mérito dele, ou muito menos seu.

Talvez esteja na hora de começar a observar as regras do jogo e averiguar se vale a pena o seu esforço. Há, com certeza, uma ocasião que sentar na varanda e contar velhas piadas é muito mais recompensador que responder os e-mails do seu chefe da moda. 

Procure pensar em você. Os adjetivos que os outros utilizam, ou no qual se referem a você, é uma questão exclusiva deles. Não se limite ou se vista de jargões. Se liberte dessas expectativas. Procure alternativas e saídas. Saía da resiliência e procure o caminho correto para você.

Paulo André
Especialização do autor

Paulo André

Resumo e descrição do autor Resumo e descrição do autor Resumo e descrição do autor Resumo e descrição do autor Resumo e descrição do autor Resumo e descrição do autor Resumo e descrição do autor.
Siga-me:

Saiba Mais

Você sabe Liderar?

3 dicas para você ser um líder de sucesso!

Todos nós exercemos liderança em algum momento da vida. Seja no trabalho, em casa ou em algum outro círculo social como igreja, condomínio, partido político, etc…

Mas, a pergunta de hoje é: você sabe liderar?

Se a resposta for sim, quando foi, então, que você aprendeu a liderar? Você acredita que existe  líder nato? Ou, será que aprendemos durante a vida? 

Eu, particularmente, acredito que todas essas situações são possíveis. Alguns possuem a liderança presente na própria personalidade, como algo natural, outros desenvolvem, aprendem, fazem cursos. Outros, como eu, tiveram que aprender a liderar quando ainda eram crianças por causa das situações que a vida apresentou.

Enfim, podemos concordar que a liderança não é, necessariamente, um dom. Ela é uma habilidade que precisa ser desenvolvida mesmo naqueles cuja a personalidade já indique certo nível de liderança. Os ditos líderes natos. A bem da verdade é que estamos aprendendo a liderar em todo tempo, a cada situação que vida nos impõem.

Por isso, no texto de hoje eu vou apresentar 3 características essenciais em um líder de sucesso:

1. Olhe para o lado!

Sim, a primeira característica essencial da liderança é olhar ao seu redor. Ver as pessoas, perceber suas necessidades. Buscar compreender porque tais comportamentos estão acontecendo.

No livro Vencendo com as Pessoas John Maxwell comenta:

“algumas pessoas estão de tal forma concentradas em si e em suas necessidades que simplesmente ignoram a existência de outras”.

O autor nos ensina que liderar é criar relacionamentos saudáveis em todas as esferas da vida. Parece fácil, mas pare um pouco para pensar em como está seu relacionamento conjugal, familiar ou empresarial. Será que todos estão, realmente, saudáveis?

Pais que sabem liderar cultivam relacionamentos saudáveis com seus filhos, gestores bem-sucedidos conseguem trazer a equipe para perto de si e fazê-los desenvolver seu potencial ao nível máximo, não apenas para o lucro da empresa, mas também para a própria realização pessoal do liderado.

Será que você é um gestor que conhece os sonhos da sua equipe?

Comece por aí. Busque saber quais são os sonhos dos seus liderados. E aí, pesquise e apresente caminhos para que eles consigam chegar onde gostariam. Liderar, antes de tudo é olhar para o outro.

2. Nunca pare de aprender

Eu sei, é clichê, mas é uma grande verdade. Nós temos uma tendência real de ficar na zona de conforto. De achar que ao terminar a faculdade já estamos prontos para ganhar dinheiro e ter sucesso. Mas, não é bem assim. Todos os dias o mercado exige cada vez mais de nós.

Já pensou se você tivesse aprendido a liderar desde a escola? Rebecca Kantar é fundadora da Imellus (empresa que analisa o potencial humano para modificar a maneira como as crianças aprendem) veja o que ela diz no TED Talks:

Infelizmente em nosso país ainda não temos uma formação direta de liderança no ensino fundamental e médio, tampouco, no ensino superior. Muitas vezes temos que aprender a liderar observando professores, pais, gestores, pastores e afins. Por isso, se aproximar de pessoas que lideram é essencial para seu desenvolvimento como líder.

No entanto, é sempre fundamental continuar apreendendo. Sempre que leio algum livro, ou escuto alguma palestra sobre liderança percebo que ainda tenho alguma coisa para mudar. Liderar é ser transformado continuamente.

As gerações mudam, a forma de ver a vida e lidar com a cultura também. Se quiser ser um líder respeitado você precisa estar em aprendizado contínuo, principalmente se quiser ser ouvido por gerações diferentes da sua.

3. Mobilize outras pessoas

Muitas pessoas dizem: “ah, ele é um líder nato” ou “ela tem perfil de liderança”, mas na maioria das vezes tais pessoas só possuem uma personalidade um pouco mais forte e fazem com que as outras façam o que elas querem.

Liderar vai além de simplesmente dar ordens e esperar que as pessoas obedeçam cegamente. Um líder bem-sucedido é aquele que move as pessoas com leveza e humildade.

Todos nós temos condições de exercer uma liderança transformadora, que é capaz de mudar realidades e de ajudar outros a encontrarem propósito em suas vidas.

Todo líder também sabe que precisa aprender diariamente e se capacitar constantemente e, por isso, fazer mentoreamento pode ser uma grande sacada na sua liderança.

Você não precisa saber todas as coisas para ser um bom líder. Precisa conhecer quem sabe. E, ainda mais, precisa ter um bom relacionamento para ter o experts próximos de você.

Vamos continuar essa conversa?

Se você tem dificuldades em liderar sua equipe e  não sabe como melhorar, que tal a gente fazer uma sessão gratuita de mentoria? Clique Aqui e vamos conversar.

Até o próximo post.

Rangel Ramos
Mestrando em Comunicação

Rangel Ramos

Mestrando em Comunicação pela Universidade Federal Fluminense. Graduado em Teologia (2010) e em Comunicação Organizacional (2017). Especialista em Marketing Digital e em Cultura Organizacional. Atua há mais de 10 anos na formação de novos negócios e desenvolvimento de líderes.
Siga-me:

Saiba Mais